Um monstro refém das insónias

Uma sombra que não dorme e fez de si um alvo de sedução e agressões

Alguém que acedeu aos seus dados pessoais

Uma transtornada, sem respeito pelas regras do privado e do convívio social

Uma histeria epilética a ameaçar-lhe vida e obra

Sufocada pelos vómitos de uma linguagem escatológica

Uma sonâmbula incestuosa gangrenada por traumas religiosos

Uma obcecada com imagens revoltantes e fantasmas sexuais com o próprio filho

Uma besta que lhe espezinha os afetos, contactos e hábitos

Um caso anormal, que lhe invade as amizades, envia emails em seu nomes e está, ano após ano, a pensar permanentemente em si

Uma mente perversa apostada em envenenar-lhe a existência

O diário de uma sedução falhada mergulhada no crime

Um ser disforme mascarado pela capa diária da normalidade

Um problema de saúde pública, avidamente ao seu lado, apenas à espera da noite, para voltar a atacar

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Portugal, ainda pouco preparado para o cibercrime


Educação contra o cibercrime


"As conclusões do Estudo sobre Comportamentos Online revela que, "embora muitos consumidores utilizem firewalls, software antivírus e palavras-passe robustas, é ainda necessária mais educação sobre as ações e as ferramentas que podem ajudar a proteger contra ameaças de engenharia social que ludribiam as vítimas para as roubar". De acordo com o inquérito, menos de metade (38%) dos inquiridos em Portugal não se informa sobre como impedir o roubo de identidade e 75% não se informam sobre as últimas medidas disponíveis para proteger a sua reputação online".

O estudo, promovido online no portal de conteúdos MSN, atribuiu aos portugueses um total de 44 pontos em 100 no Microsoft Computing Safety Index, um índice de práticas de segurança criado pela empresa. A Eslováquia, com 54, foi o país que mais pontos obteve. Segundo a Microsof, a média de pontuação na totalidade dos países foi idêntica, sugerindo que "é ainda necessária mais educação sobre as ações e as ferramentas " disponíveis que podem ajudar a mitigar os riscos online".


sábado, 21 de julho de 2012

Cyberstalking - um estudo de incidência na população universitária do Minho


"A evolução tecnológica fomentou o contacto entre pessoas e consequentemente, a intrusão. Como tal, tem-se notado o crescimento de um fenómeno análogo ao stalking: o ciberstalking que se caracteriza pela tentativa persistente de uma pessoa em assediar outra recorrendo ao uso da internet, do computador pessoal, telemóveis e outros dispositivos com ligação à internet. Para além de não existirem dados exatos sobre a prevalência do ciberstalking a nível internacional, em Portugal estes são totalmente desconhecidos. Esta investigação teve como objetivo analisar até que ponto a amostra universitária inquirida foi alvo de comportamentos de assédio através de meios eletrónicos em algum momento da sua vida, e quais os métodos (e.g. enviar mensagens excessivamente afetuosas, monitorizar a atividade online) mais frequentemente utilizados nessa dinâmica. A amostra é constituída por 111 estudantes da Universidade do Minho, a frequentar o 1º e 3º anos de diferentes cursos universitários (e.g. Psicologia e Biologia Aplicada). Para este efeito foi feita a adaptação para a população portuguesa de um instrumento de Spitzberg e Hoobler (2002) intitulado Cyber Obsessional Pursuit, sendo que a versão portuguesa se intitula de Escala de Avaliação de Ciberstalking. Esta é constituída na versão final por 22 itens que avaliam a ocorrência de experiências de ciberstalking. Juntamente administrou-se um breve questionário sócio-demográfico, que permitiu caracterizar a amostra e conhecer os seus hábitos de uso e exposição relativamente aos meios eletrónicos. Quanto aos resultados, 74.8% admitiu já ter sido alvo de pelo menos uma das formas de vitimação por ciberstalking apresentadas e, ainda, alguns participantes foram alvo de mais do que um destes atos, por vezes de forma reiterada. As ocorrências mais frequentes envolvem o assédio através de meios telefónicos e através das redes sociais. As ocorrências menos frequentes implicam a transferência do contacto do mundo digital para o mundo real, assim como técnicas de intrusão informática (e.g. tentar desativar o computador). Os resultados apontam ainda que os mais jovens relatam ter sido mais frequentemente alvo de ciberstalking: os alunos do 1º ano relatam ter experienciado um número maior de incidentes em comparação com alunos do 3º ano. O sexo masculino é o que relata uma maior taxa de vitimação. Mais investigações são necessárias no sentido de promover a consciencialização da população universitária para as dinâmicas envolvidas neste fenómeno, assim como trabalhar no sentido da prevenção e intervenção nestes casos."

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